Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como ''Lampião''



                                                                         (Virgulino Ferreira da Silva o ''Lampião'')

Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, nasceu em 7 de julho de 1897 na pequena fazenda dos seus pais em Vila Bela, atual município de Serra Talhada, no estado de Pernambuco. Era o terceiro filho de uma família de oito irmãos.

 Em 1915, ele acusa um empregado do vizinho José Saturnino de roubar bodes de sua propriedade. Começa, então, uma rivalidade entre as duas famílias. Quatro anos depois, Virgulino e dois irmãos se tornaram bandidos, matavam o gado do vizinho e assaltavam. Os irmãos Ferreira passaram a ser perseguidos pela polícia e fugiram da fazenda. A mãe de Virgulino morreu durante a fuga e, em seguida, num tiroteio, os policiais mataram seu pai. O jovem Virgulino jurou vingança.

 Lampião formou o seu bando a princípio com dois irmãos, primos e amigos, cujos integrantes variavam entre 30 e 100 membros, e passou a atacar fazendas e pequenas cidades em cinco estados do Brasil, quase sempre a pé e às vezes montados a cavalos. Foram criadas, volantes, policiais mais soldados temporários, milícias armadas para tentar combater e capturar os cangaceiros, que os apelidaram de “macacos” pelo jeito que batiam em retirada pulando.

 Lampião ficou famoso pelas suas vestes impecáveis, cheias de adornamentos, coisa que todo o bando copiava, a vaidade dos cangaceiros era uma de suas marcas registradas.
Lampião roubava comerciantes e fazendeiros, sempre distribuindo parte do dinheiro com os mais pobres. No entanto, seus atos de crueldade lhe valeram a o codinome de "Rei do Cangaço". Quando bem recebidos, promoviam bailes, festas, entretanto com os que o enfrentava ou lhe afrontava, mostrava todo seu lado maligno e sanguinário.

 Seu bando sequestrava crianças, botava fogo nas fazendas, exterminava rebanhos de gado, estuprava coletivamente, torturava, marcava o rosto de mulheres com ferro quente. Antes de fuzilar um de seus próprios homens, obrigou-o a comer um quilo de sal. Assassinou um prisioneiro na frente da mulher, que implorava perdão. Lampião arrancou olhos, cortou orelhas e línguas, sem a menor piedade. Para matar os inimigos, enfiava longos punhais entre a clavícula e o pescoço.

 Em 1929, conheceu Maria Déia, a Maria Bonita, a qual não era tão bonita assim e casou se com ela. Também há algumas controvérsias de como se conheceram, o fato é que a partir daí começam a entrar mulheres no cangaço.

                                                                                (Lampião e Maria Bonita)

Em vinte anos de cangaço, de 1918 a 1938, Lampião chegou a liderar 200 homens, enfrentar numa ocasião 4000 soldados, o cerco ia se afunilando.

 No dia 28 de julho de 1938, na Fazenda Angico, em Sergipe, por volta das 5h15, os trinta homens e cinco mulheres estavam começando a acordar, quando foram vítimas de uma emboscada de uma tropa de 48 policiais de Alagoas, comandada pelo tenente João Bezerra. O combate durou somente 10 minutos. Os policiais tinham a vantagem de quatro metralhadoras Hotkiss. Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros foram mortos e tiveram suas cabeças cortadas (prática muito usada na época). Maria foi degolada viva. Os outros conseguiram escapar.

                                                                              

O cangaço terminou em 1940, com a morte de Corisco, o "Diabo Loiro", o último sobrevivente do grupo comandando por Lampião.



                                                                             (Coronel Corisco o ''Diabo Loiro'')

 Devido a literatura de cordel, e sua fama de invencível, que perdurou por 20 anos, sua figura foi elevada de simples bandido a um herói, onde a seca, miséria, fome, injustiças e muitos outros fatores faziam parte do cotidiano do sertanejo, as pessoas viam em Lampião, alguém que enfrentava, a sua maneira, o governo e os coronéis, uma resistência às mazelas.


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